sábado, 25 de julho de 2009




Ciências exatas?

Paro. Penso. É tão rápido destruir. Não, destruir não, desconstruir fica melhor para esse texto, para esse devaneio. Um engenheiro e um arquiteto levam tanto tempo para projetar uma casa (ou um prédio ou qualquer outra coisa, mas usemos aqui a casa como exemplo) e o pedreiro leva mais ainda para construir tudo aquilo que levou tanto tempo para ser elaborado. A prática do que foi pensado posto em ação. Várias horas ou dias se pensando em como construir, vários dias e meses construindo aquilo, firmando tal construção... Mas um belo dia tudo aqui fica obsoleto, vem algo mais moderno, algo maior e tem que demolir, desconstruir tudo que foi levado tanto tempo para finalmente estar pronto, mudado. Acabado. Assim somos nós. Nossos pensamentos. Nossos paradigmas. Nossas reflexões. Nossas. Nós.

Ora arquiteto e engenheiros, ora pedreiros, ora demolidores, ora nós.
É engraçado como mudamos. É engraçamos como tudo aquilo que passamos uma vida inteira construindo, reforçando e acreditamos pode ser mudado em poucos instantes. Leva tanto tempo para nos firmamos veementemente em certas coisas, a ponto de bater no peito pra dizer que você crer ou não em certas coisas e quase nada para tudo isso ser desconstruído. Não me refiro ao fato de você ver algo novo e começar a passar a acreditar naquilo. Isso sempre é igualmente rápido. Mas sim ao fato de você formular o porquê de acreditar naquilo, de juntar informações, fatos, experiências suficiente para debater com alguém a ponto de, até mesmo quem sabe, mudar a opinião da outra pessoa fazendo com que ela veja pelo mesmo prisma que você. Isso sim que leva tempo. Mas, de repente vem alguém, às vezes com uma sutileza devastadora, e faz com que você desconstrua tudo aquilo que foi construído. E assim pode acontecer com a muralha que levei anos construindo. Com alguns pensamentos e idéias que levei anos formulando e reforçando. Ai droga, melhor seria uma marretada na cabeça, só assim a dor passaria e tudo também passaria junto. Mas uma desconstrução de paradigmas pode ser algo mais danoso, nunca se sabe para o quê ela está servindo de base. Às vezes algo bom, às vezes algo doloroso. Seja no mesmo instante da desconstrução, seja num futuro longe ou não. Não sei o que será dessa desconstrução, mas que eu to permitindo e gostando, isso eu estou. Talvez a muralha volte depois. Pode ser que não. Mas quero sentir o turbilhão acontecendo. Não sei se dessa vez, mas um dia quero sentir.