domingo, 22 de novembro de 2009

Você zombou

Era uma vez um menino que ia fazer aniversário, mas pobre garoto infeliz, morava numa cidadezinha cafona e sem muitas opções para celebrar tal data com seus amiguinhos.
Todas vez que ele saía sempre encontrava com as mesmas pessoas e dizia que andar por sua cidade era viver um Déjà-vu constante. Um dia ele pensou, pensou até ficar verde-musgo e não conseguio pensar em nada, nem ter idéias de locais. Ele tinha duas opções, ou ia para os mesmo lugares e encontrava com as mesmas pessoas - que andam com o mesmo grupo de amigos e que sempre sentam nas mesmas mesas e cadeiras, ou então ele iria para bares "novos" porém caros. Ele quer fazer coisas novas, com pessoas novas, em lugares diferentes tipo comemorar num motel com todos os amigos (calma, não seria uma orgia - só um lugar diferente), ou então perdidos na floresta, ou num barquinho ou talvez numa praia de nudismo na Polinésia Francesa.
Ó como esse pobre garoto sofre por morar em tal cidade provinciana pseudamente subdesenvolvida. Mas esperança de um dia sair de lá e morar numa grande exala por seus poros.

sábado, 1 de agosto de 2009






Auto-explicativa.



sábado, 25 de julho de 2009




Ciências exatas?

Paro. Penso. É tão rápido destruir. Não, destruir não, desconstruir fica melhor para esse texto, para esse devaneio. Um engenheiro e um arquiteto levam tanto tempo para projetar uma casa (ou um prédio ou qualquer outra coisa, mas usemos aqui a casa como exemplo) e o pedreiro leva mais ainda para construir tudo aquilo que levou tanto tempo para ser elaborado. A prática do que foi pensado posto em ação. Várias horas ou dias se pensando em como construir, vários dias e meses construindo aquilo, firmando tal construção... Mas um belo dia tudo aqui fica obsoleto, vem algo mais moderno, algo maior e tem que demolir, desconstruir tudo que foi levado tanto tempo para finalmente estar pronto, mudado. Acabado. Assim somos nós. Nossos pensamentos. Nossos paradigmas. Nossas reflexões. Nossas. Nós.

Ora arquiteto e engenheiros, ora pedreiros, ora demolidores, ora nós.
É engraçado como mudamos. É engraçamos como tudo aquilo que passamos uma vida inteira construindo, reforçando e acreditamos pode ser mudado em poucos instantes. Leva tanto tempo para nos firmamos veementemente em certas coisas, a ponto de bater no peito pra dizer que você crer ou não em certas coisas e quase nada para tudo isso ser desconstruído. Não me refiro ao fato de você ver algo novo e começar a passar a acreditar naquilo. Isso sempre é igualmente rápido. Mas sim ao fato de você formular o porquê de acreditar naquilo, de juntar informações, fatos, experiências suficiente para debater com alguém a ponto de, até mesmo quem sabe, mudar a opinião da outra pessoa fazendo com que ela veja pelo mesmo prisma que você. Isso sim que leva tempo. Mas, de repente vem alguém, às vezes com uma sutileza devastadora, e faz com que você desconstrua tudo aquilo que foi construído. E assim pode acontecer com a muralha que levei anos construindo. Com alguns pensamentos e idéias que levei anos formulando e reforçando. Ai droga, melhor seria uma marretada na cabeça, só assim a dor passaria e tudo também passaria junto. Mas uma desconstrução de paradigmas pode ser algo mais danoso, nunca se sabe para o quê ela está servindo de base. Às vezes algo bom, às vezes algo doloroso. Seja no mesmo instante da desconstrução, seja num futuro longe ou não. Não sei o que será dessa desconstrução, mas que eu to permitindo e gostando, isso eu estou. Talvez a muralha volte depois. Pode ser que não. Mas quero sentir o turbilhão acontecendo. Não sei se dessa vez, mas um dia quero sentir.

domingo, 31 de maio de 2009

Pessoas?


Não consigo imaginar como é a vida de pessoas misantropas e anti-sociais. Sei que não é nem um pouco fácil viver em sociedade, mas é necessário. Uns dizem que é um “mal necessário”, discordo que seja um mal. Nós aprendemos tanto com outras pessoas, não digo só no sentido daqueles que são nossos amigos e nos passam experiências, mas principalmente das pessoas que não são nossas amigas e nos fazem mal e raiva, digo que foi com esse tipo de gente que mais aprendi mais. O meu processo de crescimento começou quando uma menina da sala de aula disse para mim que eu era muito otário, sim, ela disse isso, eu quase nunca falava com ela e quando falava era só pra brigar. Depois disso, que foi como um colírio para tirar tudo que eu não conseguia enxergar, comecei a ver que eu era realmente muito besta com as pessoas e permitia muita coisa calado pra poder manter a amizade delas, nunca me impunha. Mas depois tudo mudou quando eu comecei a ser eu e dizer ‘não’ também. Não quero entrar muito em detalhes sobre isso. Isso tudo é só pra ilustrar o quão os outros são importantes na nossa vida, é tão bom poder estar do lado de pessoas legais onde há uma grande identificação, sei que um dia posso me magoar com alguns deles, isso sempre acontece, nós estamos sujeito a erros e temos nossos defeitos e jeito de ser, sei também que um dia nos afastaremos, a vida sempre nos leva a outros lugares, a outras pessoas e a outras mentalidades. Acredito que o melhor de tudo isso é aproveitar o momento, viver o que há pra viver.
Passei uma época em que me isolei das pessoas, um pouco, não foi uma época tão feliz da minha. Mas eu sinceramente não tinha vontade de pessoas, de sair, nada com socialização. Considero que foi um ano sem muito crescimento e aprendizagem. Hoje sinto que nada é verdadeiramente fixo e constante nas nossas vidas, muito menos pessoas, acho que elas vêm, passam e deixam algo, seja momentos bons, momentos ruins, seja lições, um novo gosto musical, ou um novo modo de se vestir, ou até um lugarzinho novo pra se comer, mas elas deixam. Paro agora pra pensar se realmente todas as pessoas que me rodearam deixaram algo e são poucos nas quais eu consigo lembrar, mas, sei que mesmo aqueles mais apagados da sala de aula, por exemplo, em certo momento me fizeram sentir algo, ou pelo menos dá um cola na hora da prova.
Paro. Sinto pena das pessoas que senti pena. Sinto pena daquelas que não conseguem evoluir e tudo que fizeram não foi nada construtivo, foram fofocas, brigas, inveja e tudo mais que é tão pequeno. Tento entender como são assim, porque são assim. Estou desenvolvendo um projeto sobre 'loucura', talvez eu possa vir a entende-las ao termino do trabalho.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Eu sou quando nasci?

A Astrologia, surgiu na Mesopotâmia, há mais de 6 mil anos e surgiu de uma necessidade de integração do Homem com a natureza. No antigo Egito a Astrologia também já era muito desenvolvida pelos sacerdotes, mais ou menos perto dessa época. Esta prática era utilizada pelas elites sacerdotais (como os magos da pérsia, difusores da crença) para diversos tipos de previsões, tais como épocas certas para colheita, e, com o tempo, previsões de fatos relativos aos reis e à nação, como previsões de guerras, catástrofes e sucessão de governantes.
Há, portanto, não uma, mas várias astrologias. Todas se baseiam, em alguma medida, nas posições relativas à Terra, e nas relações trigonométricas entre si, dos corpos celestes (principalmente Sol, Lua e planetas), e no movimento relativo de dois eixos terrestres, o Ascendente e o Meio do Céu. Estas posições no momento do nascimento, seja de uma pessoa, um objeto, um país ou um evento qualquer, compartilham de uma mesma configuração com este objeto, pretendendo-se portanto que sejam expressão deste


  • astrologia ocidental
  • astrologia chinesa
  • Jyotish ou astrologia védica
  • astrologia cabalística
  • Horóscopo tupy
  • Signos do Zodíaco

Os astrólogos dividiram o firmamento em 12 seções, ou casas celestes. Cada uma é dominada por um signo do zodíaco (faixa de céu onde, diz a astrologia, move-se o sol, a Lua e os planetas). Estabelecidas às casas ocupadas pelos corpos celeste, utilizam-se suas características astrológicas — modificadas pela relação geométrica entre eles — para adivinhar o caráter e predizer o futuro do indivíduo a quem o horóscopo se dirige primeiro signo do zodíaco, representado por um carneiro.

Sagitário: Nono signo do zodíaco, simbolizado por um arqueiro. Os astrólogos consideram as pessoas nascidas entre 22 de novembro e 21 de dezembro como pertencentes a Sagitário, um signo de fogo dominado pelo planeta Júpiter. Otimista, jovial e dotado de vitalidade invejável, ele é generosidade e a alegria encarnadas. Atleta sexual, para ele, fazer amor é um saudável divertimento, ao qual se dedica com empenho, embora nem sempre com a mesma pessoa. Amante da natureza, ele gosta mesmo é de ar livre, uma barraca ou uma boa praia deserta, para exercitar sua natureza romântica e sensual. Concentram sua atenção no alvo que desejam atingir. Só não devem afobar-se na hora de ver as metas alcançadas. São amantes dos esportes e das viagens.

Não importa o fundo cultural do país ou do meio em que se vive, religião, a condição socioeconômica e nem a época, mas, pessoas nascidas entre 22 de novembro e 21 de dezembro terão as mesma características que eu, seja uma pessoa que nasceu na Índia na baixa Idade Média ou uma mulher na Arábia Saudita, onde tem seu clitóris cortado para não sentir prazer, será uma “atleta sexual, e para ela, fazer amor é um saudável divertimento”. Obviamente por motivos culturais e religiosos ela não acredita nisso. Então será que ela realmente será assim? Ou isso só se faz verídico quando a pessoa conhece?

O homem sempre teve deuses, religiões, seitas, pois ele sempre teve tendência pra o nebuloso e gosta dessas coisas inexplicáveis e metafísicas, como diz Nietzsche, isso tudo é uma muleta pra ele.
Acho que isso de signos do horóscopo só é mais uma forma que o homem encontrou para categorizar, separar e rotular o homem e também para explicar certos comportamentos do que ele não tinha explicação, assim como ele tenta explicar a origem do homem, origem do mau e todas as explicações das mais variadas mitologias.
Desde que nasci muitas pessoas me perguntam qual meu signo, então algumas pessoas, que lêem mais sobre isso nas revistinha de banca ou horóscopo de jornal, dizem as características da minha personalidade e durante certo tempo passei a acreditar nisso. Mas comecei a indagar o que tem a ver o dia que nasci com minha personalidade e me perguntava se todo mundo que nascesse sob o mesmo período iria ser igual a mim, então achei que só existiam 12 tipos diferentes de pessoas no mundo – isso facilitaria demasiadamente o trabalho dos antropólogos. Também achava intrigante o fato das datas, uma pessoa que nasceu no dia 21 de novembro não ter características de um sagitariano, só porque ela nasceu um dia antes do sol está em Júpiter e não ser de Sagitário, mas os raios não contam não? Hoje acho que tudo isso é uma forma alienadora e condicionadora, ora, se eu passo a minha vida inteira ouvindo que eu sou assim ou assado só porque nasci no dia 27 de novembro e sou sagitário, lógico que passamos a acreditar, querendo ou não passamos, não digo tudo, mas grande parte sim.
Certa vez ouvi alguém dizer que só namora pessoas de Peixes porque elas são calmas e sensíveis. Quão alienada és tu, minha filha? É bom que um dia ela encontre alguém de Peixes correndo vaquejada ou MotoCross e lhe dê uma bela de uma surra só pra ela deixar de ser tão tola, e saber que ela pode encontrar alguém assim independentemente do signo ou até mesmo um agitadinho mas que a faça feliz. Isso me dá uma idéia de várias pessoas como produtos numa prateleira de supermercado todas enfileiradas com um rótulo escrito: Áries, Touro, Gêmeos e etc.


Acima tem uma descrição de como é um sagitariano, eu fiquei feliz em saber que eu sou um atleta sexual, espero um dia assim ser, mas ainda me chama de promiscuo, pois disse que nem sempre com a mesma pessoa, mas a única pessoa no mundo que EU conheço que só fez sexo com uma pessoa só foi minha avó, diz ela que meu avô foi o primeiro e único homem da vida dela, então isso se subentende que pessoas de outros signos não fazem com pessoas diferentes. Tá, eu sou amante da natureza, gosto de ter uma plantinha de plástico, pra não ter o trabalho de ter que aguar todo dia, na minha casa. Mentira eu até que gosto da natureza e tento conservá-la. 1 ponto pra o horóscopo. Mas quando continua e diz que gosto da natureza para exercitar meu lado romântico e sensual perde o ponto que conquistou, pois eu sou sensual e romântico como um trator. Aaaaaaaaa como eu ri quando eu li que sou amante dos esportes. Acho isso um saco. Não pratico esporte, não sou torcedor e não gosto de ver nem na televisão. Quando eu era criança assistia um jogo esportivo de 4 em 4 anos na copa e ainda mais somente na final se fosse do Brasil. Então podemos dizer que a descrição da minha personalidade segundo meu signo não confere com a realidade. Não a minha.
Previsões do futuro segundo a astrologia. Espero que o dia que eu tenha nascido tenha sido uma boa data para poder predizer meu futuro. Vou pesquisar qual é a melhor data do ano, digo a mais próspera para uma pessoa nascer, qual a data onde pessoas que naquela data seja saudáveis e com um futuro brilhante, só assim poderei assegurar o futuro dos meus filhos. Temo pelos pobres coitados que nasceram num dia que não era tão favorável ao seu futuro. Cadê o tal do livre arbítrio? Nossa vida já está meio que traçada só pelo dia que nascemos? Estamos, então, presos a um futuro previamente pronto e nossas qualidades e características escolhidas pelos astros e influenciadas pelo posicionamento dos mesmos.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Metalinguagem



Áporo, nome do blog.


O que é isso?

ÁPORO é um termo grego, e surgiu precisamente na Grécia antiga. Tudo leva a crer que o termo nascera com os Sofistas. Significa: "sem saída".

Matemática. Problema difícil ou de resolução impossível.
Também é inseto cavador da ordem dos himenópteros (que reúne, por exemplo, também, formigas e vespas).

Isso tudo está tão imanente ao ser. Ao meu ser.

Problemas são constantes e difíceis, os fáceis só são entraves momentâneos que nada nos trazem, nem aprendizagem. A vida seria tão singela se não houvesse problemas e dificuldades, tão bom é aquele suspiro de alívio quando conseguimos passar por aquele problema e ainda carregamos a lição que ele nos trouxe. Outros, simplesmente, não têm solução. Situações na nossa vida em que simplesmente não há saídas e temos que recorrer a um plano B.

Acho muito legal isso de áporo ser uma inseto cavador, isso é tão simbolicamente humano, passamos a vida inteira ''cavando", procurando caminhos, procurando a nós mesmo e até mesmo procurando problemas e soluções - nem sempre as pessoas procuram algo. Às vezes só existem.


Carlos Drummond de Andrade tem um poema chamado Áporo:

Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape.

Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?

Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:

em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se.

À primeira vista, esse poema não impressiona muito... Mas... Numa análise rápida do poema o poeta fez uso dos significados do termo Áporo para construir o poema, já que na primeira estrofe ele fala do inseto, na terceira ele fala de labirinto (problema); e na última, em orquídea - pois áporo também é uma espécie (rara) de orquídea (esverdeada, segundo Aulete), ou seja, o inseto cavador depois de passar por um labirinto aparentemente se transforma em uma orquídea.

Então eis os motivos para a escolha no nome, de inicio me agradou a idéia do significado ser 'problema difícil ou de resolução impossível', depois o de também ser um inseto cavador. As vezes me sinto assim. As vezes somos bem assim.

sábado, 10 de janeiro de 2009

A gênesis


Há muito tempo tenho a vontade de criar um blog, sem intenções pretenciosas, somente uma tentativa de materializar alguns de meus pensamentos - que são muitos e confusos. Bem, uma das minhas metas para esse novo ano era finalmente começar esse blog, que esse ano veio com mais força depois de um devaneio meu na praia (não sou muito fã de praia mas esse dia tava propício para ir tomar uma cerveja e ler meu livro, que está sendo muito inspirador para a criação e surgimento de idéias, depois comento sobre ele) sobre indecisões e escolhas. São tantas em todos os momentos. Tudo isso começou quando o cara da barraquinha da praia me perguntou qual cerveja eu queria, ao contrário de todo mundo eu não tenho um marca preferida, na verdade eu nem sei distinguir muito uma cerveja da outra pelo gosto, pra mim são todas iguais. Talvez eu tenha algum problema nas minhas papilas gustativas. Na hora que ele me pergunta isso algo surgiu em minha mente: todo mundo tem uma marca preferida, por que eu não? Mas e por que devo escolher sempre? Por que eu tenho que ter um time de futebol, uma religião, a "minha" marcar de cerveja, de cigarro, de macarrão e etc... aí comecei a pensar sobre escolhas e que isso feito sempre me angustía. Eu chego no supermercado e tem 8 marcas de pasta de dente, 6 de feijão, 5 de extrato de tomate e 4 de castanha-do-pará...
Se me fosse tirado o direito de escolha, a morte assolaria a minha mente. Sou um pessoa que apesar de indeciso sou independente e não gostaria que alguém dissesse a religião a seguir, a roupa, enfim, tudo. Não queria viver sem escolhas, mas que elas não fossem tão constantes na minha vida, isso tudo é um saco. Qual carreira seguir? Será que eu tô fazendo o certo? Será que é por aqui? Qual roupa vestir?
Algumas pessoas dizem que na verdade a vida é simples, nós que a complicamos. No assunto aqui abordado eu discordo dessa afirmação, eu acho que a vida é complicada por natureza, nós que tentamos suavizar tudo dizendo que ela nem é assim tão complicada e nós nos culpamos por transformar ela complicada, não quero ter sobre mim essa culpa, prefiro dizer que já nascí num mundo complicado, feito por pessoas complicadas e cheio de escolhas o tempo todo. Em dados momentos de nossas vidas e situações realmente há coisas simples.
É tão bom dormir.